A pessoa que tem ódio de si mesma na verdade só odeia os pensamentos que tem a seu próprio respeito. Só isso. Em geral isso acontece porque essa pessoa não foi olhada com AMOR na infância, não se sentiu valorizada, ou tem um nível de exigência que nenhum desempenho è capaz de satisfazer.
Direito ou merecimento?
Então, se o que faz a pessoa não gostar de si mesma são os pensamentos negativos, é preciso mudar esses pensamentos. Saber que todos nós temos direito ao AMOR. Há uma diferença entre ter direito ao AMOR e merecer AMOR. Se pensarmos na respiração, compreenderemos melhor o que quero dizer com isso. A respiração é uma função natural de qualquer ser vivo. Ninguém precisa conquistar a respiração, ela é um direito. O mesmo acontece com o AMOR. Assim como temos o direito de respirar simplesmente porque existimos, temos todo o direito de ser amados.
Essa distinção entre ter direito e merecer AMOR é importante. O direito é algo que está em nós, faz parte do nosso ser. O merecimento é algo a ser conquistado a partir de nossos esforços. A pessoa que, desde a infância, não recebe AMOR dos que a cercam, ou tem esse AMOR condicionado a determinados comportamentos para atender às exigências externas, é capaz de crescer desconhecendo que tem direito ao AMOR. E por isso se empenha desesperadamente para merecer AMOR, desenvolvendo pensamentos negativos sobre si mesma, desconhecendo e mesmo negando o direito que tem ao AMOR.
Quando dizemos a uma criança "você é feia, você é má, você é insuportável", estamos contribuindo para que ela crie pensamentos negativos a seu respeito. Fazemos a mesma coisa com nós mesmos. Apesar de sermos todos capazes de ter comportamentos negativos, que podemos superar e reparar, somos todos lindos, bons e amáveis simplesmente por existirmos. Temos de saber e fazer disso uma verdade para nós.
Afirmações
"Eu sou feia, má e insuportável" ou "Eu sou linda, boa e amável" são afirmações radicalmente diferentes. Todo pensamento que temos e toda palavra que dizemos são uma afirmação. Pense nas afirmações que você faz e verifique como freqüentemente elas são negativas. É inevitável que uma afirmação negativa não influencie nossas experiências e nosso futuro. Uma pessoas que repete para si mesma que é "feia, má e insuportável" vai agir como tal e provavelmente vai relacionar-se com outros com desconfiança e agressividade, gerando uma reação de hostilidade que reforçará sua convicção. Mas, quando fazemos afirmações positivas a nosso respeito, estamos abrindo espaço para que as energias do Universo fluam através de nós. Então, fazer afirmações positivas é uma das melhores formas de tratar-se com bondade, porque elas têm o poder de levantar em vez de derrubar. Sei disso porque durante muito tempo eu me derrubei com meus próprios pensamentos. Pensar bem sobre você é um ato de bondade que rende imensos dividendos.
Como hábito de acusar-se e fazer afirmações negativas a seu respeito já está muito arraigado, vai ser preciso um esforço e uma prática persistente para mudar esse quadro. Repita em voz alta ou em pensamentos afirmações positivas, várias vezes por dia. Pode ser que inicialmente você ache ridículo, falso ou pretensioso fazer afirmações positivas a seu respeito. Mas não se importe e insista. Você vai contatar, feliz, às mudanças que irão se operar em você.
Responsabilidade e culpa
Vale pena aqui perceber a diferença entre responsabilidade e culpa. Como já disse antes, se você tem uma experiência negativa, que lhe causa prejuízo, pode escolher entre duas alternativas. A primeira é responsabilizar-se por ela, procurar descobrir o que essa experiência pode lhe ensinar e crescer a partir desse aprendizado. A segunda é culpar-se, acusar-se, castigar-se. A culpa causa dor, e a acusação e a punição causam recuo e não crescimento. Mas tanto a responsabilidade quanto a culpa se dão em nosso pensamento, e por isso podemos escolher entre uma ou outra.
Então, ser amável consigo significa fazer cessar toda e qualquer censura, toda culpa, toda punição e toda dor. Responder a si mesmo e à vida com acolhida, compreensão e carinho.
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