O Meu Desejo É:

O meu desejo é que o blog:http://jesusmeuguiaeprotetor.blogspot.com/ o ajude a conscientizar-se de sua situação e a buscar em DEUS o equilíbrio emocional, a sabedoria, a estratégia e aforça para vençer os obstáculos que se interpõem entre você e a sua vitória!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A Inteligência De Cristo Diante Da Ansiedade E Do Gerenciamento Dos Pensamentos




A inteligência do carpinteiro de Nazaré tão impressionante que ele discursava sobre temas que só seriam abordados pela ciência 19 séculos depois, com o surgimento da psiquiatria e da psicologia. Cristo se adiantou no tempo e discorreu sobre a mais insidiosa das doenças psíquicas, a ansiedade (Mateus 6:25-34). A ansiedade estanca o prazer de viver, fomenta a irritabilidade, estimula a angústia e gera um universo de doenças psicossomáticas.
A medicina, como ciência milenar, sempre olhou para a psiquiatria e para a psicologia de cima, com certa desconfiança, pois as considerava ciências novas, imaturas. Muitos estudantes de medicina, não davam grande importância às aulas de psiquiatria e psicologia. Queriam estudar os órgãos do corpo humano e suas doenças, mas desprezavam o funcionamento da mente. Todavia, nas últimas décadas, a medicina tem abandonado sua postura orgulhosa e procurado estudar e tratar o ser humano integral – organismo e psique (alma) –, pois vem percebendo que muitas doenças cardiovasculares, pulmonares, gastrintestinais, etc. têm como causa transtornos psíquicos, entre os quais se destaca a ansiedade.
Jesus discorreu sobre uma doença que somente agora tem ocupado os capítulos principais da medicina. Provavelmente, no terceiro milênio, um excelente médico será antes de tudo um profissional com bons conhecimentos de psiquiatria, psicologia e cultura geral. Será um profissional menos ávido pedir exames laboratoriais e prescrever medicamentos e mais interessado em dialogar com seus pacientes, alguém com habilidade para penetrar no mundo deles, detectar seus níveis de ansiedade e ajudá-los a superar as dores existências. Será um profissional que terá uma linha de pensamento semelhante àquela apregoada há tantos séculos por Cristo. Ele era o mestre do diálogo.
esse mestre compreendia a mente humana e as dificuldades da existência com uma lucidez refinada. Preocupava-se com a qualidade de vida dos seus íntimos. Discursava eloquentemente: “Não andeis ansiosos pela vossa vida.” Isso não significa que devessem abolir completamente qualquer reação de ansiedade, mas que não vivessem ansiosos. Em seus discursos, Cristo já se referia à ansiedade natural, normal, presente em cada ser humano, que se manifesta espontaneamente quando estamos preocupados, quando planejamos, quando expressamos um desejo, quando passamos por alguma doença ou contrariedade. Todavia, segundo ele, essa ansiedade eventual, normal, pode se tornar doentia, um “andar” ansioso.
Não me deterei em detalhes sobre o pensamento de Cristo acerca da ansiedade. Quero apenas comentar que ele afirmava que as preocupações exageradas com a sobrevivência, os pensamentos antecipatórios, o enfrentamento de problemas virtuais, a desvalorização do ser em relação ao ter, etc. cultivam a ansiedade doentia. O mestre da escola da existência era um grande sábio. As causas que ele apontou não mudaram no mundo moderno; pelo contrário, elas se intensificaram.
Quanto mais conquistamos bens materiais, mais queremos acumulá-los. parece não haver limites para a nossa insegurança e insatisfação. Valorizamos mais o “ter” do que o “ser”, ou seja, possuir bens mais do que ser tranquilo, alegre, coerente. Essa inversão de valores gera a ansiedade e seus frutos: insegurança, medo, apreensão, irritabilidade, insatisfação, angústia (tensão emocional associada a um aperto no tórax). A insegurança é uma das principais manifestações da ansiedade. Fazemos seguros de vida, da casa, do carro, mas, ainda assim, não resolvemos nossa insegurança.
Cristo tinha razão: há uma ansiedade inerente ao ser humano, ligada à construção de pensamentos, influenciada pela carga genética, por fatores psíquicos e sociais. Só não tem ansiedade quem está morto. Somos a espécie que possui o maior de todos os espetáculos, o da construção de pensamentos. No entanto, muitas vezes usamos o pensamento contra nós mesmos, para gerar uma vida ansiosa. Os problemas ainda não ocorreram, mas já estamos angustiados por eles. O capítulo 6 de Mateus diz: “Não andeis ansiosos pelo dia de amanhã... Basta a cada dia o seu próprio mal.” Cristo queria vacinar seus discípulos contra o estresse produzido por pensamentos antecipatórios. Não abolia as metas, as prioridades, o planejamento do trabalho, pois ele mesmo tinha metas e prioridades bem estabelecidas, mas queria que os discípulos não gravitassem em torno de problemas imaginários.
Muitos de nós vivemos o paradoxo da liberdade utópica. Por fora, somos livres porque vivemos em sociedade democráticas, mas por dentro somos prisioneiros, escravos das ideia dramáticas e de conteúdo negativo que antecipam o futuro. Há diversas pessoas que gozam de boa saúde, mas vivem miseravelmente pensando em câncer, infarto, acidentes, perdas.
O ensinamento de Cristo relativo à ansiedade era sofisticado, pois, para praticá-lo, seria necessário conhecer uma complexa arte intelectual que todo ser humano tem dificuldade de aprender: a arte de gerenciar os pensamentos.
Governamos o mundo exterior, mas temos enorme dificuldade em gerenciar nosso mundo interior, o dos pensamentos e das emoções. Somos subjugados por necessidades que nunca foram prioritárias, pelas paranoias do mundo moderno: o consumismo, a estética, a segurança. Assim, a vida humana, que deveria ser um espetáculo de prazer, torna-se um espetáculo de terror, de medo, de ansiedade. Nunca tivemos tantos sintomas psicossomáticos: cefaleias, dores musculares, fadiga excessiva, sono perturbado, transtornos alimentares como a bulimia e a anorexia nervosa, etc. uma parte significativa dos adolescentes americanos tem problemas de obesidade, e a ansiedade é uma das principais causas deste transtorno.
Para compreendermos a importância do gerenciamento dos pensamentos e as dificuldades de executá-lo, precisamos responder pelo menos a duas grandes perguntas sobre o funcionamento da mente. Qual é a maior fonte de entretenimento humano? Pensar é uma atividade inevitável ou é um trabalho intelectual voluntário que depende apenas da determinação consciente do próprio homem?
A maior fonte de entretenimento humano não é a TV, o esporte, a literatura, a sexualidade, o trabalho. A resposta está dentro de cada um de nós. É o mundo das ideias, dos pensamentos, que o ser humano constrói clandestinamente em sua própria mente, é que gera os sonhos, os planos, as aspirações.
Quem consegue interromper a construção de pensamentos? É impossível. A própria tentativa de interrupção já é um pensamento. Pensamos durante os sonhos, quando estamos trabalhando, andando, dirigindo.
As ideias representam um conjunto organizado de cadeias de pensamentos. O fluxo das ideias que transitam a cada momento no palco de nossas Inteligências não pode ser contido. Todos somos viajantes no mundo das ideias: viajamos para o passado, reconstruindo experiências já vividas para o futuro, imaginando situações ainda inexistentes; viajamos também para os problemas existenciais.
Os juízes viajam nos seus pensamentos enquanto julgam os réus. Os psicoterapeutas viajam enquanto atendem seus pacientes. Os cientistas viajam enquanto pesquisam. as crianças viajam nas suas fantasias. Os adultos, nas suas preocupações. Os idosos, nas suas recordações.
Uns constroem projetos e outros, castelos inatingíveis. uns viajam menos em seus pensamentos, outros viajam muito, concentrando-se pouco em suas tarefas. essas pessoas pensam que têm déficit de memória, mas, na verdade, possuem apenas déficit de concentração por causa da hiperprodução de pensamentos.
Pensar não é uma opção voluntária do ser humano; é o seu destino inevitável. Não podemos interromper a produção de pensamentos; só podemos gerenciá-la. É impossível interromper o fluxo de pensamentos, pois além do eu (vontade consciente) existem outros três fenômenos (o da auto checagem da memória, a âncora da memória e o complexo auto fluxo)* que fazem espontaneamente uma leitura da memória e produzem inúmeros pensamentos diários que são importantes tanto para a formação da personalidade como para gerar uma grande fonte de entretenimento, podendo se tornar também a maior fonte onde ansiedade humana.
Cristo tanto prevenia a ansiedade como discursava sobre o prazer de viver. Dizia: “Olhai os lírios dos campos” (Mateus 6:28). Queria que as pessoas fossem alegres, inteligentes, mas simples. porém, assim como seus discípulos, nós não sabemos contemplar os lírios dos campos, ou seja, não sabemos extrair o prazer dos pequenos momentos da vida. A ansiedade estanca esse prazer. Apesar de o mestre da escola da vida discursar sobre a ansiedade e suas causas, sua proposta em relação ao sentido da vida e ao prazer de viver era tão surpreendente que, como analisaremos no próximo capítulo, chocam a psiquiatria, a psicologia e as neurociências.
Ao longo de quase duas décadas pesquisando o funcionamento da mente humana, compreendi que não há ser humano que não tenha problemas no gerenciamento dos seus pensamentos e emoções, principalmente diante dos focos de tensão. O maior desafio da educação não é conduzir as pessoas a executarem tarefas e dominarem o mundo que as cerca, mas conduzi-las a liderar seus próprios pensamentos, seu mundo intelectual.
É possível ter status e sucesso social e ser uma pessoa insegura diante das contrariedades, incapaz de gerenciar as situações estressantes. É possível ter sucesso econômico, mas ser um “rico-pobre”, sem o prazer de viver, de contemplar os pequenos detalhes da vida. é possível viajar pelo mundo e conhecer vários continentes, mas não caminhar nas trajetórias do seu próprio ser e conhecer a si mesmo. É possível ser um grande executivo e controlar uma multinacional, mas não ter domínio sobre os p´próprios pensamentos e reações emocionais, ser um espectador passivo diante das mazelas psíquicas.
Cristo não frequentou escola, não estudou as letras, mas foi o Mestre dos Mestres na escola da vida. era tão sofisticado em sua inteligência que praticava a psiquiatria e a psicologia preventiva quando estas nem ensaiavam existir.

(Fonte: Análise da Inteligência de Cristo – Augusto Cury).

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