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sexta-feira, 1 de junho de 2012

AS DIFERENÇAS NAS BIOGRAFIAS DE CRISTO SUSTENTAM A HISTÓRIA DE UM PERSONAGEM REAL


Durante alguns anos eu pensava que as pequenas diferenças existentes nas passagens comuns aos quatro evangelhos diminuíam sua credibilidade. Com o decorrer da minha análise, compreendi que essas diferenças também eram importantes para atestar a existência de Cristo. Compreendi que as suas biografias não procuravam ser cópias umas das outras. Eram resultado da investigação de diferentes autores em diferentes épocas sobre alguém que possuía uma história real.
Todos os evangelhos relatam Pedro negando Cristo. Porém, quando Pedro o negou pela terceira vez, somente Lucas em seu evangelho comenta que Jesus, naquele momento, voltou-se para Pedro e o olhou fixamente (Lucas 22:61). As diferenças de relatos nos quatro evangelhos, ao contrário do que muitos podem pensar, não depõem contra a história de Cristo, mas sustentam a sua credibilidade. Vejamos esta tese.
Lucas era médico e, como tal, aprendeu a investigar os fatos detalhadamente. Tinha um “olho clínico” acurado, devia detectar fatos que ninguém observava ou valorizava. Quando, muitos anos após a morte de Cristo, interrogou Pedro e colheu os detalhes daquela cena, captou um gesto de Jesus que passou despercebido aos outros autores dos evangelhos. Percebeu que Cristo, mesmo sendo espancado e injuriado, esqueceu-se da sua dor e se preocupou com Pedro. Este comentou com Lucas que, no instante em que ele o negava pela terceira vez, Jesus virou-se para ele e o fitou profundamente.
O olhar de Cristo esconde nas entrelinhas complexos fenômenos intelectuais e uma profunda delicadeza emocional. Mesmo no extremo da usa dor ele se preocupava com a angústia dos outros, sendo capaz de romper o instinto de preservação da vida e acolher e encorajar as pessoas, ainda que fosse com o olhar.
Quem é capaz de se preocupar com a dor dos outros no ápice da própria dor? Se muitas vezes queremos que o mundo gravite em torno de nossas necessidades quando estamos emocionalmente tranquilos, imagine quando estamos sofrendo, ameaçados, desesperados.
Pedro talvez só tenha tido a compreensão plena da dimensão desse olhar trinta anos após a morte de Cristo, ou seja, depois que Lucas, com seu olho clínico, investigou a história do próprio Pedro, vislumbrou aquela cena e a descreveu no ano 60 d.C., data provável em que ele escreveu o seu evangelho.
O evangelho de Lucas é um documento histórico bem pesquisado e detalhado. Ele consultou testemunhas oculares, selecionou as informações e as organizou de maneira adequada. Como médico, tinha interesse incomum por retratar assuntos da medicina (Lucas 1:1-2). Deu muita atenção aos acontecimentos referentes ao nascimento de Cristo. Investigou Isabel e Maria, e foi o único que descreveu seus cânticos, bem como os pensamentos íntimos de Maria. Lucas demonstrou um interesse particular pela história das pessoas, por isso retratou Zaqueu, o bom samaritano, o ex-leproso agradecido, o publicano arrependido e nos conta a parábola do filho pródigo. Lucas era um investigador minucioso que captou particularidades de Cristo. Percebeu que até seu olhar tinha grande significado intelectual.
Como disse, os demais autores dos evangelhos não vislumbraram esse olhar de Cristo, por isso não o registraram. Essas diferenças em suas biografias atestam que elas eram fruto de um processo de investigação realizado por diferentes autores que enfocaram diversos aspectos históricos. Os evangelhos são quatro biografias “incompletas”, produzidas, em tempos diferentes, por pessoas que foram cativadas pela história de Jesus Cristo.
Essas biografias têm coerência, sofisticação intelectual, pensamentos ousados, idéias complexas. São sintéticas, econômicas, não primam pela ostentação nem pelo elogio particular.
Cristo, em alguns momentos, revelava claramente seus pensamentos, mas em seguida se ocultava nas entrelinhas das suas reações e das suas parábolas, o que o tornava difícil de ser compreendido. Ele se revelava, o que o tornava difícil de ser compreendido. Ele se revelava e se ocultava continuamente. Por que tinha tal comportamento? Sua história nos mostra que não era somente porque não procurava o brilho social, mas por que tinha um grande propósito: queria produzir uma revolução no interior do ser humano, uma revolução transformadora, difícil de ser analisada. Queria produzir uma mudança nas entranhas do espírito e da mente humana capaz de gerar tolerância, humildade, justiça, solidariedade, contemplação do belo, cooperação mútua, consideração pela angústia do outro.
Seu comportamento, revelando-se e ocultando-se continuamente, também objetivava provocar a inteligência das pessoas com as quais convivia. Como veremos, ele desejava romper a ditadura do preconceito e o cárcere intelectual dessas pessoas. Ninguém foi tão longe em querer implodir os alicerces da rigidez intelectual e procurar transformar a humanidade.

(Fonte: Análise da Inteligência de Cristo – Augusto Cury).

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